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sexta-feira, 16 de março de 2012

RIQUEZA DA PROPOSTA PET-SAÚDE: VIVÊNCIA DO ACADÊMICO DE MEDICINA EM UBS- UM OLHAR MAIS ELABORADO.

Prática Clínica na Unidade Pedacinho de Chão
Por: Aline Canavez e Luena Braz- Acadêmicas 6º período Medicina-UNIR

Nessa semana o grupo composto pelas alunas Luena Braz e Aline Canavez, foram à Unidade Pedacinho de Chão e vivenciaram uma prática clínica bem interessante, que reforçou a importância da proposta do PET :vivência acadêmica em uma UBS.

No dia 15/03, em consultório, paciente masculino de aproximadamente 40 anos, exclamava como queixa principal de sua consulta um episódio de diarréia pela manhã, após um “cafezinho” no trabalho associado a intensa dor epigástrica, sem outros sintomas. A acadêmica interna que o atendia prossegui-se com anamnese básica, perguntando descrição dos aspectos da diarréia e realizando palpação básica da parede abdominal e região do fígado. E em primeiro momento, a acadêmica que o atendia tomou como hipótese diagnóstica uma infecção intestinal viral com possível amebíase pelas características osmóticas das fezes, exame físico sem achados e alegação do paciente em tomar água não filtrada no ambiente de trabalho. Diagnóstico estava quase fechado pela interna e nós também tinhamos o mesmo raciocínio até então.
No entanto, após acadêmica interna se retirar do consultório para breve discussão com a tutora a respeito do caso, nós petianas aproveitamos para destrinchar mais a rotina deste trabalhador, com perguntas como:
- "Sempre o senhor sente essas dores no abdômen?"
-"O senhor se alimenta no serviço? Come qual tipo de alimento com mais frequência?"
Após estas e algumas outras perguntas, descobrimos que paciente já havia sentido estes sintomas outras vezes e sempre era após fazer refeições no ambiente de trabalho, onde a dieta era rica em gorduras e com curto tempo para serem realizadas.

Após estas alegações, pensamos então, em repetir o exame físico, e palpar esse abdômen novamente por suspeita de um distúrbio de liberação da bile. Para surpresa, o sinal de Murphy foi positivo. Lembram o que é esse sinal? Ele é positivo, quando à palpação do ponto cístico o paciente faz interrupção abrupta da inspiração, patognomônico de doença vesicular.

Portanto, mudamos o nosso foco do diagnóstico de infecção intestinal para uma patologia vesícular (possível colestase por colelitíase). Após interna retornar ao consultório, a informamos do achado e então após solicitação e chegada da Dra. Maisa à sala, o sinal de Murphy positivo foi confirmado pela mesma, elevando a nossa nova hipótese diagnóstica como a mais provável, e então foram pedidos exames para analisar o quadro mais detalhadamente. Solicitou-se Ultra-Som, e exames laboratoriais como hemograma, lipidograma, uréia, ALT, AST e outros.

Em suma, pudemos com nossa vivência na UBS, tanto auxiliar este trabalhador quanto obtivemos ganho de experiência clínica com paciente.

Espero que tenham gostado da vivência! E nunca esqueçam que o estabelecimento do diagnóstico do seu paciente, em 75% dos casos, está em uma anamnese elaborada detalhadamente, principalmente pelos hábitos rotineiros, especialmente no trabalho, que é onde o trabalhador despende pelo menos 1/3 do seu dia.
Com olhos bem abertos, e ouvidos precisos, saberemos interrogar esse usuário estabelecendo uma boa relação médico-paciente, chegando a um diagnóstico satisfatório com precisão e agilidade.

3 comentários:

  1. Parabéns Aline e Luena, pelo diagnóstico!

    Continuem assim, valorizando o contexto de vivência das pessoas, o seu ambiente e condições de trabalho, para irem além de uma rotina que aliena as pessoas do meio social onde vivem, produzem e reproduzem.
    Abração!

    Profa. Lucia Rejane.

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  2. Muito obrigada Professora Rejanne!! Ficamos muito gratas pelo reconhecimento e apoio, afinal nossos êxitos e vitórias como alunas UNIR são também espelho do empenhos de mestres como a senhora, que nos incentivam a ir além, sempre nos empenhando e questionando!!

    Abraços Professora!!

    Aline e Luena.

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  3. Opa, o Rejane foi com dois "n" por decuido!

    reparando o erro:

    Professora Lucia Rejane.

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